De esperança rasgada
pelas linhas do tempo
soube que para ser esquecida
bastou estar viva
Entre lamentos
e lágrimas assimétricas
foi cuspindo
as últimas linhas
de uma prosa seca
a dor tinha voltado
paralisando-lhe a boca
como um parasita
longe de bem vindo
Vida de outros tempos
sombras certas
que a privaram do ar
penúria de luar
num precário estar
Prosas e enigmas da vida
A vida resume-se a decifrar enigmas constantes entre o viver e o fingir...
domingo, 3 de julho de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
De lua a lua
Em cada dia
de lua a lua
foi tristemente guardando
promessas de amor
até ontem gravadas
em cada um dos seus sentidos
Um toque de amor
numa pele que gemeu
como as cordas
de uma guitarra lusitana
Um sorriso leve desenhado
com as mais simples linhas
da doce ilusão
A mais bela melodia de sempre
a muito não lhe pertencia
Desde então vive esquecida
nos fragmentos de uma lua
na poeira do tempo
de lua a lua
foi tristemente guardando
promessas de amor
até ontem gravadas
em cada um dos seus sentidos
Um toque de amor
numa pele que gemeu
como as cordas
de uma guitarra lusitana
Um sorriso leve desenhado
com as mais simples linhas
da doce ilusão
A mais bela melodia de sempre
a muito não lhe pertencia
Desde então vive esquecida
nos fragmentos de uma lua
na poeira do tempo
domingo, 9 de janeiro de 2011
Tocar-te
De palavras de amor
com prazo de serem
e de se sentirem
esboçou um poema
letra após letra
regadas de mel
de sabor perdido
Num corpo seco
que ansiava
o mais terno abraço
o mais simples tocar
e enlaçar de dedos
fechou a prosa
O ser de tudo perdeu-se
numa boca que navegou
na saudade do amor
sede eterna de sentir
a simples cor
a cor do amor
Tocou o mundo
com palavras
até que o seu rosto
se voltou a abrir
com prazo de serem
e de se sentirem
esboçou um poema
letra após letra
regadas de mel
de sabor perdido
Num corpo seco
que ansiava
o mais terno abraço
o mais simples tocar
e enlaçar de dedos
fechou a prosa
O ser de tudo perdeu-se
numa boca que navegou
na saudade do amor
sede eterna de sentir
a simples cor
a cor do amor
Tocou o mundo
com palavras
até que o seu rosto
se voltou a abrir
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Suspiro de luz
Entre cada suspiro
recordou o tempo
em que foi luz
aos seus olhos
os mesmos olhos
que a queimaram
numa espiral de desprezo
e desespero
sem fim a vista
Perdeu o sentir
de uma amor
que lhe arde no corpo
na alma
no mais íntimo
de uma existência
em que tudo esperou
e nada encontrou
Amargo sabor
de continuar a querer
o que nunca teve
recordou o tempo
em que foi luz
aos seus olhos
os mesmos olhos
que a queimaram
numa espiral de desprezo
e desespero
sem fim a vista
Perdeu o sentir
de uma amor
que lhe arde no corpo
na alma
no mais íntimo
de uma existência
em que tudo esperou
e nada encontrou
Amargo sabor
de continuar a querer
o que nunca teve
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Lágrimas de vida
Numa noite
escorregou em gotas
pensava ser da chuva
mas na realidade
não passavam
das suas próprias lágrimas
lágrimas da sombra
de um coração ferido
quase sem vida
Alma de sombra
vida empobrecida
por um tempo
que teima ser
apenas tempo de espera
no qual o gosto
deixou de existir
Deformada
aos seus próprios olhos
apagou o último sorriso
de um sonho perdido
Lágrimas de vida
numa boca seca
de amor
escorregou em gotas
pensava ser da chuva
mas na realidade
não passavam
das suas próprias lágrimas
lágrimas da sombra
de um coração ferido
quase sem vida
Alma de sombra
vida empobrecida
por um tempo
que teima ser
apenas tempo de espera
no qual o gosto
deixou de existir
Deformada
aos seus próprios olhos
apagou o último sorriso
de um sonho perdido
Lágrimas de vida
numa boca seca
de amor
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Manhã submersa
Colhem-se suspiros
em gotas de vapor
numa janela de desabafos
de destino remoído
Em cada suspiro
uma verdade efémera
em cada recordar
uma ferida aberta
em cada tentativa
de esquecer
um momento perdido
Manhã submersa
num jogo de dúvidas
insistentes, persistentes
num misto de querer
e não possuir
o que uma boca anseia
o que um corpo deseja
Um doce sentir
num amargo recordar
um ser de corpo e alma
preso na teia do mundo
consumido lentamente
pelo desamor
em gotas de vapor
numa janela de desabafos
de destino remoído
Em cada suspiro
uma verdade efémera
em cada recordar
uma ferida aberta
em cada tentativa
de esquecer
um momento perdido
Manhã submersa
num jogo de dúvidas
insistentes, persistentes
num misto de querer
e não possuir
o que uma boca anseia
o que um corpo deseja
Um doce sentir
num amargo recordar
um ser de corpo e alma
preso na teia do mundo
consumido lentamente
pelo desamor
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Quarto escuro
Abriu a porta lentamente
com o movimento
sentiu um leve cheiro a silêncio
seria assim os próximos dias
silêncios
de escuridão desterrada
Decidira caminhar
de luzes apagadas
sentir o toque frio
das paredes destemperadas
de um quarto secreto
repleto de cheiro a desespero
Entre quatro paredes
fez um ângulo recto
do corpo com a cama
das almofadas um apoio rígido
de uma cabeça
com o peso do mundo
As ideias desfilaram
a uma velocidade
pouco perceptível
compassadas pelo som da ventilação
No centro desse espaço
sentou-se no chão
adormeceu
em enigmas misturados
com alcatifa seca e pouco piedosa
Pontos e enigmas
por desvendar
num quarto escuro
de um olhar
a preto e branco
com o movimento
sentiu um leve cheiro a silêncio
seria assim os próximos dias
silêncios
de escuridão desterrada
Decidira caminhar
de luzes apagadas
sentir o toque frio
das paredes destemperadas
de um quarto secreto
repleto de cheiro a desespero
Entre quatro paredes
fez um ângulo recto
do corpo com a cama
das almofadas um apoio rígido
de uma cabeça
com o peso do mundo
As ideias desfilaram
a uma velocidade
pouco perceptível
compassadas pelo som da ventilação
No centro desse espaço
sentou-se no chão
adormeceu
em enigmas misturados
com alcatifa seca e pouco piedosa
Pontos e enigmas
por desvendar
num quarto escuro
de um olhar
a preto e branco
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