De esperança rasgada
pelas linhas do tempo
soube que para ser esquecida
bastou estar viva
Entre lamentos
e lágrimas assimétricas
foi cuspindo
as últimas linhas
de uma prosa seca
a dor tinha voltado
paralisando-lhe a boca
como um parasita
longe de bem vindo
Vida de outros tempos
sombras certas
que a privaram do ar
penúria de luar
num precário estar
1 comentário:
Um sótão cheio de lembranças
Escrevi no pó palavras sem nexo
Retirei uma cartola de uma caixa de cartão
E senti ao toque o poder da ilusão
Ilusões…
Um cavalo de pau perdido ao carrocel
Uma estola de um bicho qualquer
Uma escultura talhada a cisel
Uma foto a preto e branco
De uma mulher sem rosto
Uma janela virada para nenhum lado
Uma traquitana a imitar o sol-posto
Terno abraço
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