domingo, 22 de agosto de 2010

O poeta surdo

Vivia alheio aos sons do mundo
Das cores criou os seus instrumentos
Do preto fez a capa do seu livro
Com enigmas e sonhos perdidos
Da solidão o título
Da obra de uma vida
Mentiras e histórias mal acabadas
Tormentos e lamentos
Desalinhados e desatentos
Despediu-se do amor em cada estrofe
Como se dele não dependesse
Vivendo escravo de cada texto
E perdido entre cada linha
Olhar triste
Sorriso fingido
Longe da vida
Porquê?

Porque todo o surdo que finge que ouve
É uma mentira barulhenta e mal acabada

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