terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quarto escuro

Abriu a porta lentamente
com o movimento
sentiu um leve cheiro a silêncio
seria assim os próximos dias
silêncios
de escuridão desterrada

Decidira caminhar
de luzes apagadas
sentir o toque frio
das paredes destemperadas
de um quarto secreto
repleto de cheiro a desespero

Entre quatro paredes
fez um ângulo recto
do corpo com a cama
das almofadas um apoio rígido
de uma cabeça
com o peso do mundo

As ideias desfilaram
a uma velocidade
pouco perceptível
compassadas pelo som da ventilação

No centro desse espaço
sentou-se no chão
adormeceu
em enigmas misturados
com alcatifa seca e pouco piedosa

Pontos e enigmas
por desvendar
num quarto escuro
de um olhar
a preto e branco

3 comentários:

José Carlos Moutinho disse...

Belo poema, Ci

Adorei.

BY CRIS ABREU disse...

AMEI...PARABENS PELO SEU EXCELENTE TRABALHO COM TANTA SENSIBILIDADE, MAGIA, AMOR, ENFIM TODOS OS SENTIMENTOS QUE TRADUZEM TUDO AQUILO QUE BOM...BJO CRIS

maltes disse...

Gosto imenso da tua alma feita poesia.
Bjinho